sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A linguagem e a criança - Parte 5

(imagem retirada da internet)


Evolução da fala ao longo dos anos 


É muito difícil dizer quando o vosso filho ou filha vai falar, com que ritmo e com que velocidade. 
Uma coisa pode-se dizer: haverá períodos de maiores demonstrações (o que não significa maiores aquisições), outros de quase estagnação. Se comparar o desenvolvimento entre crianças é inadequado, então no que se refere à linguagem as coisas ainda são piores. Ao começar o segundo ano de vida, em média, as crianças dizem algumas palavras «mamã, papá, não, cão, água, dá», bem ou mal pronunciado. 

A capacidade de aprendizagem, associada ao interesse e à necessidade progressiva (e também ao gozo do saber e do sucesso), faz com que, entre os 18 meses e os 5 anos, as crianças aprendam uma média de nove palavras por dia.  Depois de conseguir expressar alguns sentimentos, nomear objetos e pedir coisas, as crianças começam a formar frases, mesmo que muito reduzidas, mas com uma entoação que revela o sentimento e o objetivo. 

Os irmãos mais novos têm um esquema geralmente diferente. Mais do que combinar as palavras em frases mais complexas, têm tendência a palrar em padrões e toadas equivalentes às frases dos adultos. Ou seja, fazem discursos e comícios, tagarelam e ralham como um adulto, embora não se entenda nada do que dizem – ao fim de uns tempos o discurso já é inteligível. Sabe-se, por outro lado, que se é verdade que, em média, as raparigas são mais adiantadas na fala, é a erudição da linguagem do pai que vai desenvolver uma linguagem mais correta e estruturada na criança. 

SINAIS DE ALERTA: 

Dada a complexidade da linguagem, que vai desde o ouvir o que se diz até poder expressar a resposta ou os sentimentos, e tudo o que, desde o ouvido ao sistema fonatório, passando pelas várias áreas cerebrais, está envolvido neste sistema, as causas de uma perturbação da linguagem podem ser múltiplas e variadas.  Os pais são os melhores detentores de problemas na linguagem, mas para isso têm que estar atentos e, por exemplo, como recomenda a Sociedade Portuguesa de Neurologia Pediátrica, ficarem alertas se a criança: 
  • não palrar consoantes e vogais aos 8 meses e não apontar aos 12 meses
  • não disser nenhuma palavra aos 16 meses, não fizer expressões de duas palavras aos 2 anos e não construir frases aos 3 anos
  • linguagem incompreensível para os pais aos 2 anos e para estranhos aos 3 anos
  • «falar por falar» e não para comunicar aos 2 anos
  • não contar uma história (resumida e com incorreções, claro) aos 3 anos
  • defeitos na articulação das palavras aos 5 anos
  • suspeita de regressão da linguagem em qualquer idade, ressalvando que pode haver períodos de paragem, em que a criança deixa de dizer algumas coisas, mas porque está a absorver outras e a integrá-las, para depois retomar o fio à meada. 
Brevemente Parte 6 (Final) 

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