domingo, 4 de dezembro de 2011

A linguagem e a criança - Parte 3

(imagem retirada da internet)




Ouvir falar 

Para poderem falar, as crianças precisam de ouvir falar. E ouvir não é só com os ouvidos, mas também com a visão, o cheiro e o afeto. Quando estiver a falar com uma criança pequena, sobretudo se lhe está a ensinar as palavras, estabeleça um contacto visual para que ela perceba que as palavras têm uma parte mecânica, muscular, que faz os lábios e a boca mudarem de forma. Por outro lado, ficará a saber que está a falar com ela e interessar-se-á muito mais pela conversa do que se for tida à distância. 

Quando alguém fala com uma criança, seja em que idade for, deve dar-lhe tempo para ela pensar e responder, mesmo que por trejeitos ou sons díspares. Os adultos, muitas vezes, querem ter o monopólio da conversa mas a criança, enquanto um adulto estiver a falar, estará apenas a ouvir. É bem-educada, sabe que não se interrompe quem fala e que se deve ouvir até ao fim para poder retorquir. Só que pode não lhe ser dado tempo para responder. 

Um ponto que causa alguma perplexidade aos pais, e sensação de disparate a familiares e amigos, é falar com os bebés como se falasse com um adulto; dito de outro modo, descrever o que se vai fazendo: «agora a mãe vai ali fazer o jantar, e hoje vamos comer ervilhas com arroz». Não se importe de parecer um locutor que descreve cada jogada. Vá dizendo ao seu bebé que «agora vai tomar banho», «agora vai mudar a fralda». É preciso que ele ligue os acontecimentos à descrição verbal. A língua é uma reunião de símbolos, e a descodificação será tanto melhor – e a compreensibilidade do que está por detrás deles - se a fala for normal desde o primeiro dia. 

ALGUNS CONSELHOS 
  • Quando falarem com o vosso filho, excetuando conversas e frases pontuais, desliguem a televisão e outras formas de ruído que a distraem e não ajudam a entender a conversa. 
  • Cantem. As crianças adoram música – é essa a sua verdadeira linguagem – e gostam de ouvir o canto das mães e dos pais. A musicalidade das palavras torna-as doces e elas entendem-nas melhor. E assim, dia após dia, vão interiorizando as palavras como tradução dos objetos e das situações. Inventem lengalengas, canções, adaptem músicas já conhecidas às personagens da vossa casa. 
  • Evitem zangas e discussões à frente do vosso filho. Ficará muito perplexo, não compreendendo nada do que está a ser dito, verá apenas a vossa expressão zangada e como não imagina que as pessoas que mais ama possam estar zangadas uma com a outra, pensará sempre que estão a ralhar com ele. Para ele os adultos são um bloco coeso e coerente, e que não fazem birras. Portanto, se estão a gritar só pode ser com ele. Não é a ele também que se dirigem quando dizem: «Não mexas aí! Pára! Porta-te bem!? 

Brevemente Parte 4

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