(imagem retirada da internet)
Arquivo conta a história da ciência
dos últimos 40 anos em Portugal
Mais de 40 mil pastas de documentação, e muitas fotografias, testemunham a história da ciência em Portugal desde 1967, o ano da criação da Junta de Investigação Científica e Tecnológica (JNICT). A partir de sexta-feira passada, em Lisboa, o Arquivo de Ciência e Tecnologia abriu as portas à comunidade científica e ao público na cave da sede da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a instituição que é a principal entidade financiadora da investigação portuguesa e que sucedeu à JNICT.
A inauguração do arquivo contou, além de Nuno Crato, actual ministro da Educação e Ciência, José Mariano Gago, o anterior ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O historiador José Mattoso e o antigo Presidente da República Mário Soares também estiveram presentes na inauguração deste arquivo que, nos últimos três anos, centrou as atenções de uma equipa de arquivistas, investigadores e técnicos, formada na sequência de um protocolo entre a FCT e o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. O projecto que foi ainda acompanhado pela Direcção-Geral de Arquivos.
As mais de 40 mil pastas, reunidas desde a criação da JNICT e por várias instituições com um papel no desenvolvimento da ciência em Portugal, encontravam-se dispersas por vários armazéns em Lisboa e nos arredores. É a consulta pública da maior parte deste património relativo às últimas quatro décadas, que pode quantificar-se em cerca de 3,5 quilómetros de documentação, que a partir de agora passa a ser possível.
Além disso, quem quiser pode doar a este arquivo o seu acervo pessoal relacionado com a ciência e tecnologia em Portugal. É o caso de Mariano Gago, que decidiu oferecer ao arquivo o seu espólio. Entre a documentação que ofereceu encontram-se, por exemplo, documentos e fotografias das Jornadas Nacionais de Investigação Científica e Tecnológica, em 1987, era na altura Mariano Gago presidente da JNICT. Cerca de 20 fotografias das jornadas, doadas por Mariano Gago, estão agora expostas na FCT.
Ainda hoje, essas jornadas — que reuniram em Lisboa a então pequena comunidade científica portuguesa para se apresentarem propostas de desenvolvimento da ciência no país — estão na memória de muitos investigadores. “Foram uma oportunidade única de reunir a comunidade científica, que na altura era mais pequena e trabalhava em condições menos interessantes do que agora”, lembra João Sentieiro, actual presidente da FCT e que esteve naquelas jornadas. “Foi possível fazer uma reflexão profunda, que marcou muito as políticas de ciência adoptadas de então para cá.”
Para desvendar as histórias da ciência em Portugal, a FCT vai também lançar bolsas de doutoramento e mestrado para investigação histórica. O despacho que cria as Bolsas José Mattoso para Investigação em História, nome que pretende homenagear o historiador português, foi assinado nesta sexta-feira.
Créditos: Público
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