sábado, 31 de dezembro de 2011

Crónicas 10 minutos - Viver o passado para construir o futuro!

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1961 – O annus horribilis de Salazar 

Há exatos 50 anos, terminava o ano de 1961, um ano crítico para o Estado Novo. Salazar assistiu, ao longo do ano, a vários acontecimentos que abalaram a imagem do regime e que mostraram as fragilidades de Portugal, ainda no rescaldo das eleições de 1958, às quais concorreu Humberto Delgado, o “General sem medo”. Além disso, no ano de 1960, o ano africano, assistiu-se à independência de mais de quinze países africanos, o que enfraqueceu, e muito, a posição portuguesa no continente. 

Mal começou o ano de 1961, e logo na madrugada de dia 22 para 23 de Janeiro, o Santa Maria, o maior e melhor paquete da Companhia Colonial de Navegação, foi tomado de assalto e desviado pelo capitão Henrique Galvão, do comando único do Directório Revolucionário Ibérico de Libertação. A bordo iam cerca de 600 passageiros de várias nacionalidades e 370 tripulantes portugueses. O acontecimento mostrou, ao mundo, o sentimento de contestação vivido em Portugal e despertou a consciência internacional para a situação dos portugueses. 

Entre os dias 4 e 11 de Fevereiro, iniciaram-se os ataques dos independentistas angolanos, em Luanda. Um mês depois, a 15 de Março deu-se o grande massacre no Norte de Angola, levado a cabo pela União das Populações de Angola (UPA), de Holden Roberto, onde morreram cerca de 10 mil pessoas. A resposta de Oliveira Salazar foi rápida, mas pouco eficaz, dando início a 13 anos de Guerra Colonial, que se alastrou para a Guiné-Bissau e depois para Moçambique. 

Nos meses de Março e Abril, o General Botelho Moniz, Ministro da Defesa Nacional, que se mostrava contrário a Salazar na questão colonial, escreveu várias vezes ao Presidente do Conselho de Ministros, tentando mudar a posição de Portugal face à necessidade da descolonização. Sem conseguir resultados, Botelho Moniz, que era próximo dos círculos norte-americanos, que apoiavam o direito à autodeterminação dos territórios ultramarinos portugueses, resolveu passar à acção, tentando derrubar Salazar, contudo o golpe foi descoberto e Botelho Moniz demitido. Os EUA, nesta mesma época, votaram a favor numa resolução da ONU a condenar a política africana portuguesa. Esta situação fragilizava e isolava internacionalmente o Estado Novo. Salazar usou, então, o único trunfo que tinha, a renovação do Acordo das Lajes, tão importante aos americanos e conseguiu, assim, ao longo de 1962, mudar a atitude da administração Kennedy. 

Em 10 de Novembro, um comando chefiado por Palma Inácio, desviou um avião da TAP, da carreira Casablanca-Lisboa e lançou milhares de panfletos anti-situação sobre Lisboa. Foi a primeira vez que a pirataria e o desvio de aviões teve repercussão internacional, gesto posteriormente repetido em vários países, ao longo do último meio século, como por exemplo pelos piratas do ar no 11 de Setembro. 

No final do ano, um grupo de comunistas de Caxias, fugiu num Chrysler Imperial blindado, que pertencia a Salazar e, uns dias depois, a 17 de Dezembro, as tropas da União Indiana invadiam os territórios do Estado Português da Índia, e a 19, o General Vassalo e Silva rendia-se. Era o final da presença portuguesa na Índia, mais de 450 anos depois da chegada de Vasco da Gama àquele país. A 31 de Dezembro, deu-se o assalto ao quartel de Beja, por elementos da “Oposição Democrática” armados, envolvendo o próprio Humberto Delgado, na tentativa de derrubar o regime, mas sem sucesso, a PIDE abafou a revolta. 

O ano de 1961 tornou-se decisivo para Portugal, para Salazar e para o Estado Novo. As forças hostis, internas e externas ao regime, utilizaram todas as formas possíveis para derrubar e criar instabilidade ao Presidente de Conselho de Ministros. Salazar terminou o ano fragilizado, mas com uma convicção, não ia mudar as suas políticas, e como a História nos diz, não o fez e isso “custou caro” ao país. Contudo, todos os políticos e governantes devem saber o momento certo para mudar de atitudes, de forma a não fragilizar o país. 

Numa época em que vivemos uma crise económica, social e imensamente política, que se instalou progressivamente nos últimos 25 anos, chegou o momento dos nossos representantes saberem parar e assumir que erraram e alterar as políticas. A sociedade portuguesa precisa de soluções e não da continuidade de dirigentes, que não tem um plano de reestruturação para Portugal, num quadro que tenha por base todos os cidadãos e a melhoria das condições de vida. 

A Europa vive uma crise progressiva, sem uma liderança firme e democrática, a qual também nos atinge e envolve. Os nossos dirigentes, nos vários patamares de governação, não têm sabido encontrar soluções credíveis e parece não terem qualidade, nem vontade de encontrar caminhos viáveis e de uma mobilização efetiva de esperança. A democracia está doente e os direitos e deveres dos portugueses são diariamente afetados, por deliberações inconsequentes que só beneficiam alguns extratos da nossa sociedade, em prejuízo da maioria dos portugueses. 

Errar não é cometer o erro, é insistir prolongadamente no mesmo erro, coisa que Portugal tem feito. 

É preciso viver o passado para construir o futuro! 
Francisco Miguel Nogueira 

P.S. Esta crónica estará em destaque aqui blogue para dar oportunidade de todos os visitantes de darem a sua opinião sobre a mesma. 
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24 comentários:

  1. Gostei da originalidade do texto. O Francisco Miguel procura inovar em todos os seus textos e construiu fazer algo completamente inovador neste.

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  2. Salazar deve ter adorado este ano, realmente muita coisa lhe aconteceu, mas ele não saiu do poder, só mais tarde caiu!

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  3. Foi um ano muito mau para ele... ehehehe! Boa!

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  4. Valéria Lima
    È interessante ver que tínhamos um bom movimento contra o Estado Novo. Nem sabia que era tão forte e adorei saber que tivemos quem desviasse aviões, sempre pensei que era uma coisa de outros países. Piratas do ar, muito interessante.
    Bom trabalho amigo Francisco

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  5. "É preciso viver o passado para construir o futuro! "

    A nossa História fala-nos da nossa "fragilidade governativa", o presente continua sem dúvida, a fazer o mesmo discurso. Sem um plano de reestruturação para Portugal, e sem um projecto de incentivar os cidadãos a praticarem uma cidadania activa, continuaremos lamentavelmente, a viver só no passado, sem termos aprendido com a nossa "fragilidade histórica" a construir um futuro. Uma mudança de paradigma; talvez seja uma boa sugestão para Portugal; uma sociedade que aposte não só na defesa dos valores económicos, mas também nos Valores Humanos"
    Melânia Pereira

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  6. Achei maravilhosa a tua ponte entre o passado e o presente... E esses acontecimentos tocam-se de mtas formas... Acho mto bem q relembres às pessoas q nem sempre fomos passivos perante as circunstâncias políticas e históricas, pedaços de história comtemporânea q mtos ou ñ sabem ou já esqueceram... Já ñ há heróis, mas já os houve, e pode voltar a haver, basta combatividade e bravura, q foi esquecida "com a vida democrática" q nos amoleceu e entorpeceu nos a reacção e o entendimento... Ainda podes fazer, um dia destes, a ponte entre os políticos idealistas e pensadores do projecto europeu de outros tempos e estas tristes sombras q circulam, hoje em dia, pelos corredores das instituições europeias e da nossa AR... Tb eles mais habituados c as mordomias e privilégios q outros criaram e deixaram como legado, mas q devido à ignorância, imcompetencia, falta de sentido de serviço público, de empenho, brio profissional e na ganância de retirar dividendos inerentes aos cargos, se encarregaram de manchar o brilhante projecto europeu e estão no caminho "certo" p o destruír... Como tb reiteras e bem no teu artigo, já ñ há liderança politica na Europa, e infelizmente, os EUA, tb já ñ veem da mesma forma, nem apoiam c o mesmo empenho o projecto europeu, ñ detendo tb a mesma força politica e económica, no panorama mundial, de outros tempos...

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  7. Este é um dos retratos de Salazar. Gostei da leitura que o "Mestre - Capitão" deu a esta crónica. Considero que de uma forma sintética e objectiva trazer essa terrível política ditatorial de Oliveira Salazar, que durante 40 anos atrasou e marginalizou Portugal, no contexto internacional. Interessa salientar que Salazar criou uma guerra colonial, que esfacelou e matou imensos portugueses, além das perseguições políticas que mandou executar. É também relevante que se diga que um dos ministros do Ultramar, de Salazar, foi o Prof. Adriano Moreira, que foi responsável directo por muitos militares que morreram em combate e de uma política dura colonial. Adriano Moreira que com o fim da ditadura, se transformou num “Democrata” e assumindo a liderança do CDS, que na altura, os respectivos militantes centristas, eram, na sua maioria, os apoiantes da ditadura de Salazar / Marcelo. É preciso que a história não o esqueça, pois assistimos é ao branqueamento político, de muitas figuras políticas que pactuaram e participaram na política de ditadura do velho regime.
    Presentemente a democracia está já sob controlo e começa-se a sentir o peso de uma autocracia neoliberal. Basta relembrar, que o Presidente da Republica não enviou o “Orçamento de Estado para 2012 “ ao Tribunal Constitucional, já que tinha sido o próprio PR a referir situações de política orçamental pouco claras, mas não soube, não pode ou não quis cumprir a Constituição Portuguesa, ainda em vigor. Tudo isto é muito grave e são um contributo para o sufocar progressivo da democracia…
    Acho que Francisco Miguel Nogueira, cumpriu os objectivos, aqui no "meio - crescente", em 2011. Esperamos que em 2012, o andamento cresça e tenhamos ainda mais e melhor...
    Ele é capaz
    ml

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  8. A tua comparação entre 1961 e 2011 mostra que mesmo tendo passado 50 anos Portugal continua com políticos que não assumem que erraram e não mudam de politicas e continuam a afundar Portugal. Espero que todos os portugueses se unem e façam abanar o país.

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  9. Deste-lhe no último parágrafo, hehe... Boa! ;)

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  10. Aprender com o passado é urgente e essencial para corrigir o presente e melhorar o futuro...Portugal tem de dar mais força à democracia e é bom ver que há gente empenhada em trazer ideias e acção política para o marasmo em que entrou a nossa política...sem dúvida que amolecemos mas convém nao esquecer que somos um povo com mta calma mas quando é preciso, somos daqueles que vêm para as ruas...a desagregaçao do sonho europeu é uma realidade, cada vez mais triste, pois nunca conseguimos uma união de facto mas agora querem colar os cacos de algo que já está partido...já nao há solução...ou muda-se a política e a relação dos estados com a UE ou a situação é msm para o final do projecto europeu!

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  11. Concordo com o que dizes, é necessário agir em vez de colocarem as culpas em cima uns dos outros (já que não a querem admitir)...

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  12. É mais fácil passar a bola uns para os outros e não assumir a culpa. É este o retrato vivo do nosso país e dos nossos políticos. Até o PR foge de assumir responsabilidade. Desta maneira, o país vai afundar-se como o Titanic e não haverá forma de salvar nem uma pessoa.

    LG

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  13. Não gosto de Salazar e ponto lol já nem argumento!

    "Errar não é cometer o erro, é insistir prolongadamente no mesmo erro, coisa que Portugal tem feito."
    Esta foi sem duvida a frase k mais gostei.

    Muitos Parabéns por mais uma crónica, Francisco.

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  14. Achei maravilhosa a tua ponte entre o passado e o presente... E esses acontecimentos tocam-se de mtas formas... Acho mto bem q relembres às pessoas q nem sempre fomos passivos perante as circunstâncias políticas e históricas, pedaços de história comtemporânea q mtos ou ñ sabem ou já esqueceram... Já ñ há heróis, mas já os houve, e pode voltar a haver, basta combatividade e bravura, q foi esquecida "com a vida democrática" q nos amoleceu e entorpeceu nos a reacção e o entendimento... Ainda podes fazer, um dia destes, a ponte entre os políticos idealistas e pensadores do projecto europeu de outros tempos e estas tristes sombras q circulam, hoje em dia, pelos corredores das instituições europeias e da nossa AR... Tb eles mais habituados c as mordomias e privilégios q outros criaram e deixaram como legado, mas q devido à ignorância, imcompetencia, falta de sentido de serviço público, de empenho, brio profissional e na ganância de retirar dividendos inerentes aos cargos, se encarregaram de manchar o brilhante projecto europeu e estão no caminho "certo" p o destruír... Como tb reiteras e bem no teu artigo, já ñ há liderança politica na Europa, e infelizmente, os EUA, tb já ñ veem da mesma forma, nem apoiam c o mesmo empenho o projecto europeu, ñ detendo tb a mesma força politica e económica, no panorama mundial, de outros tempos....

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  15. Parabéns pela excelente crónica. Continua assim! Tenho visto aquilo que escreves, estás de parabéns, pois havia de haver mais gente interesada na historia de portugal. Felizes aqueles que conhecem a sua historia.

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  16. Realmente Mestre Francisco a tua capacidade de escrita impressiona e mt:)
    Ao escreveres sobre o passado parece k estamos a ler situações do presente!E daí já podemos tirar algumas conclusões...
    É verdade que os nossos governantes não tem tido ideias brilhantes de gestão do país...mas infelizmente é o que temos...a criação de certos rendimentos mínimos de inserção social e apoios, em certa medida só criaram outros portugueses que só "kerem dormir à sombra da bananeira" , enquanto outros tentam dinamizar e encontrar soluções e criar empregos e não tem os apoios necessários....pois somos um país mt burocrático!Para montar algo é preciso N papeis pa isso ou pakilo....o que mts vezes desanima quem quer criar o seu trabalho!
    Desde adolescente que ouço os governantes dizerem que era preciso reformas, mas nc tiveram coragem e o apoio de todos para as fazer.Agora teve de vir alguém de fora impor essas reformas à força....quer queiramos quer não, já estão a doer...e lamento é que isso tenha sido feito tão tardiamente e por externos ao nosso país...
    Concordo que somos um povo pacífico até certo ponto e o facto é que cada vez mais aparece nos noticiários situações de manifestações e greves...os Portugueses estão a acordar para a realidade!
    Mas mais do que greves temos de unir e trabalhar todos no msm caminho! Consumir o que é nosso tb já é um contributo! Para quem quer viajar em vez irmos ao estrangeiro deviamos revisitar nosso país, até msm as nossas ilhas...tb outro contributo para a nossa economia regional!
    Em relaçao a ti Mestre Francisco tenho cada vez mais a certeza que ainda passarás pela política;) e deixarás o teu contributo mt positivo:)
    Aguardarei por esse momento com grande expectativa:)
    Continua c o excelente trabalho:)
    Sempre realista e atento:)

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  17. É pena que o autor não cite as suas fontes:

    «o assalto e desvio do Santa Maria, o maior e melhor paquete da Companhia Colonial de Navegação, com cerca de seiscentos passageiros de várias nacionalidades a bordo e trezentos e setenta tripulantes portugueses, consegue prender as atenções dos media internacionais e despertar a consciência da opinião pública do mundo para a falta de liberdade política em Portugal.»
    Sapiens: História, Património e Arqueologia, Dezembro 2008

    «Ia ser um ano decisivo para Portugal, para Salazar e para o seu regime: um ano em que se concentrariam todas as forças hostis, externas e internas; e de todos os modos possíveis - pela conspiração, pela força, e até através de originais e espectaculares acções de pirataria e desvio de aviões, em que a "oposição democrática" doméstica foi pioneira.
    «O annus horribilis do Estado Novo começou em 23 de Janeiro, com o assalto ao Santa Maria, na rota de Curaçau para Everglades (Florida), por Henrique Galvão e o seu grupo luso-espanhol; depois, a 4 e 11 de Fevereiro, foram os ataques dos independentistas em Luanda; a 15 de Março foi o grande massacre no Norte de Angola, levado a cabo pela UPA, de Holden Roberto, que matou cerca de dez mil pessoas, uns mil brancos e uns nove mil negros; a 13 de Abril foi o golpe palaciano de Botelho Moniz e o contragolpe de Salazar - também portas adentro - que resolveu o problema, demitindo em tempo útil os conspiradores apoiado na cobertura militar dos paras de Kaúlza de Arriaga.
    «Em 10 de Novembro foi desviado um avião da TAP, da carreira Casablanca-Lisboa, por um comando chefiado por Palma Inácio, que lançou milhares de panfletos anti-situação sobre Lisboa. A 10 de Dezembro, fugia um grupo de comunistas de Caxias, num Chrysler Imperial blindado. O carro era destinado ao serviço de Salazar, que o usava pouco. Aliás, fugia-se com regularidade das prisões fascistas - Cunhal e mais nove camaradas tinham escapado de Peniche, a 3 de Janeiro de 1960.
    «A 17 de Dezembro, as tropas da União Indiana invadiram os territórios da então Índia Portuguesa e a 19, o General Vassalo e Silva rendeu-se. A 31 de Dezembro, foi o assalto ao quartel de Beja, por elementos da oposição armada.»
    Jaime Nogueira Pinto, i, 14 Fevereiro 2011.

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    1. Caro Carlos,

      Ao ler seu comentário, parece-me que não prestou atenção a um pormenor, isto é uma crónica, como as outras do blog, claro que histórica, mas crónica. Realmente se fosse um artigo de fundo de história, teria de ter fontes e bibliografia, como você deve bem saber, são imprescindíveis a um artigo. Eu como licenciado e mestre em História sei bem disse...espero que também o saiba...Como disse são cronicas históricas, baseadas em vários textos, que tem como objectivo divulgar a história e mostrar a minha opinião sobre os temas tratados, como tal, leio várias coisas e utilizo, nao pondo as fontes, porque uma cronica de opinião nao tem de ter fontes. Além disso, se deu-se ao trabalho de ler o que escrevi, sabe que me inspirei também naqueles textos mas fiz um meu. Não opinou sobre a crónica, sobre a escrita, apenas pôs os textos...claro que se fizesse um artigo de fundo sobre o tema, como por exemplo, para a sua revista, meteria todas as indicações necessários. Sou apologista da verdade factual e que se dêem os créditos a quem de direito.
      Agradeço o seu comentário porque vivemos numa epoca diferente da de 1961, em que há liberdade de opinião e democracia para pensar-se e escrever-se livremente. Isto além de que ninguém é dono da história, nem patriarca da “verdade única” e muito menos no caso de uma cronica ou mesmo de uma artigo informativo de circunstancia. Habitualmente o cumprimento deontológico da indicação das fontes são executadas noutros patamares, nomeadamente no caso especifico de investigação, trabalhos científicos ou mesmo em revistas de especialidade e noutros casos.

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  18. Manuel Henrique Pacheco18 de dezembro de 2012 às 13:18

    Estamos predestinados a viver conjuntamente com aldrabões, gosto muito das suas crónicas principalmente as históricas, sou um apaixonado pelo passado, ajuda-nos a compreender o presente. Bom dia Sr Francisco Miguel Nogueira.

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  19. Fátima Fragoso Ferreira18 de dezembro de 2012 às 13:20

    E agora como estamos, demos as colónias, gastamos o dinheiro que o " Salazarismo" nos deixou, já nos endividamos mais do que podemos, temos pobres sem abrigo, com fome e idosos sem dinheiro para os médicos, estamos muito melhor não haja duvida

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  20. Manuel António Mota Vieira18 de dezembro de 2012 às 13:21

    Francisco José Nogueira, ao narrar relevantes factos históricos de forma sucinta e como de um conto se tratasse, torna a sua leitura agradável a leigos intelectualmente "preguiçosos" como eu. Pela minha parte só tenho que lhe agradecer. Quanto ao resto, não é preciso ir à Sorbonne para perceber que a velha Europa na qual o nosso País se inclui, definha num emaranhado de regulamentos, leis, taxas e impostos que afugenta qualquer pessoa no seu pleno juízo e conhecimento de qualquer empreendorismo. E, enquanto assim for, não saímos do ciclo vicioso ..

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  21. Em Damão, quando alguém aueria demonstrar a sua honradez dizia, apontando um braço : "...Aqui corre sangue de D.Constantino " evocando o orgulho de ser Português. Contaram-me em Panjim, Goa, quando lá fiz um Documentário para a RTP sobre as "Relíquias de S. Francisco Xavier ". Não foi o o fim do Salazarismo mas o início da Queda de um Império Colonial, onde ainda hoje só as elites militares vivem melhor do que viviam antes. VP

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  22. há 51 anos consumou-se a anexação de Goa Damão e Diu e não apenas do "distrito de Damão". foi o começo do fim do imperio colonial português ou se quiserem ser puristas o começo do fim do imperio da india tinha começado uns anos antes quando os enclaves de Dadra e Nagar Aveli foram anexados pela União Indiana embora se considere que neste ultimo caso foi uma anexação pacifica feita por satyagrahis ou resistentes passivos. em 1961 houve combates foram mortos soldados portugueses houve campos de prisioneiros. uma violência completa num regime que teoricamente era pacifista.

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  23. acho muita graça ao orgulho português dos damaenses ainda existe por exemplo em Leicester Inglaterra onde vive uma população de ex. habitantes de Damão. contrasta com o abandono a que o regime portugues os vetou durante os ultimos anos. Damão era uma desgraça em falta de estruturas. estavam abandonados no golfo de Cambaia.

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